estou de janelas viradas para a conclusão
de uma qualquer eternidade.
quero a outra cinematografia: por fora dos ecrãs
- para dentro dos abraços -
encontro o rio.
no avesso do rio, a luz mais etílica.
+
falta-nos água para crescer
para dentro das margens, abro-te
como se abrisse uma fronteira
entre os corpos possíveis de um acidente
morremos de tantos rios,
morremos de tantos nós
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um corpo a flutuar
para escrever: postal
+
Habeas corpus
sexta-feira, dezembro 01, 2006
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8 comentários:
não basta a nudez no lugar da fraqueza
para haver lugar à paz.
é preciso a loucura.
não há homem nu que baste
(entre o milagre das luzes
perde-se toda a razão do amor).
não há homem que não se enlouqueça
(o dia só precisa de se ir depressa para a noite chegar como é).
um homem na noite, no cume do mundo,
sabe que o amor não se oferece.
mas precisa dos vícios todos que há muito ano junta para macerar a cabeça
e se esquecer de quem é.
eu não me esqueço quem és.
E sempre esta cisão insolúvel entre dentro e fora, entre água e luz. Sempre as fronteiras, as margens. Talvez as palavras nos libertem.Talvez sejam elas o rio. Talvez não. Alguém saberá, certamente, o caminho “para dentro dos abraços”.
Gostei muito do que escreveste, isto é, do que li.
ainda tenho dúvidas que as palavras nos libertem, graça, não sei... talvez sempre as margens, as fronteiras. gostei do teu regresso aqui.
Com a força da esperança de um Habeas corpus as palavras gritam poeticamente.
renascemos de tantos rios, renascemos de tantos nós, renascemos da morte. folhas que caem, Inverno de frio e recolhimento, Primavera de renascimento.
tive saudades de estar aqui. tantas
Seremos nós pontes em rios de palavras comuns e gastas?
Serão essas mesmo que sob um outro olhar fazem pontes entre margens?
qualidade da construção - qualidade da travessia?
nem sempre se conseguirá atravessar a ponte, se não for construída da forma a que estamos habitudaos...
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