Trazes a devolução do corpo em troca da vida. Pouco importa que na morte se habite tanto. Aqui há escadas e o soro tranquilizante da noite. O anonimato é a única dor possível. Pouco importa que ninguém te chame. Afinal, o sémen desce pelas mãos e procura uma flor e que essa flor esteja morta, pouco importa. Aqui não há portas nem janelas, a identidade é um jogo de impunidades. O corpo é lançado nas ardósias do sono e pouco importa o sangue na boca e o suor na importância das coisas, porque aqui, afinal, é na morte que se habita tanto.
9 comentários:
pouco importam muitas coisas quando se escreve assim.
Tara perdida.
Beijos invejosos, para com quem tão bem escreve! A gift.
Obrigada
e na verdade, helena, poucas coisas importam, mesmo quando são quase palavras...
embora, por vezes, escrever seja um acto quase suicida, e talvez por isso mesmo, é bom chegar aí, a algum lado...
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por vezes o anonimato é a única salvação possível.
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era desse caminho que falava, de como num jogo de impunidades entre os nomes, pouco importa como nos chamam ou como nos esquecem...
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o al berto escreve assim:
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vou guardar as tuas mãos na paixão que tenho por ti,
mas não te posso revelar o meu nome, nem precisas de o saber.
chama-me o que quiseres, dá-me um nome para que possamos amarmo-nos.
aquele que tinha perdi-o no caminho até aqui.
pertencia a outra paixão, e já a esqueci.
dá-me tu um nome para eu poder ficar contigo...
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Atentamente.
se eu te der o meu corpo devolves-me a minha vida?
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