quarta-feira, janeiro 18, 2006

Surpreende-me o estrangular dos lábios quando te olho…

manhã a contra luz suspensa pelo teu quarto,
qualquer temor nocturno,
ontem esquecida a janela entreaberta…

a nossa urgência pelo chão…

quando te olho assim e todo o teu corpo pesa esse adeus,
sei que o silêncio estará profundamente em conseguir
outro passo sem olhar para trás…

o teu rosto inclinado…

e procuro pelas tuas rugas o desespero de uma virtude,
estreitar-te pelas mãos em tudo quanto de ti
seja mais que uma impressão…

o teu rosto naufragado na possibilidade de um incenso…

surpreende-me a fragilidade desse aroma em que te desarrumas,
encostado a uma serigrafia de flores…

a serenidade da tua geografia,
cúmplice na ferocidade que entre os teus braços dos mapas
arrebata essa distância…

Sem comentários: